Uma entrevista com Oscar Schmidt pode fazer a turma refletir sobre diferentes visões filosóficas de felicidade
Refletir sobre as principais perspectivas de felicidade propostas na História da Filosofia
Conteúdo
História da Filosofia
Anos
Ensino Médio
Tempo estimado
Duas a três aulas
Material necessário
- Cópias da entrevista "Esse tumorzinho pegou o cara errado" (Veja, 4 de setembro de 2013, 2337)
- Outras revistas e materiais ilustrados diversos
- Cartolina para cartaz
- Tesoura
- Cola
Desenvolvimento
1ª etapa
Explique à turma que, nas próximas aulas, vocês trabalharão com o tema felicidade. Para introduzir o assunto, escreva na lousa os termos: felicidade, entusiasmo, alegria, euforia, inspiração, esperança, sucesso e paz. Peça que os alunos diferenciem-nos. Esses termos são importantes para introduzir o debate e serão utilizados na próxima etapa para que os alunos compreendam melhor o pensamento filosófico.
Dirija a discussão, propondo as seguintes perguntas:
- Uma alegria momentânea pode ser considerada felicidade?
- Uma alegria que causa uma dor futura pode ser considerada fonte de felicidade?
- É possível experimentar a felicidade constantemente?
- Pode-se dizer que é feliz uma pessoa que experimenta poucas emoções (controlando o excesso de prazer e de dor)?
- Como as pessoas ao seu redor entendem a palavra sucesso? O que é sucesso para você?
2ª etapa
Apresente à turma as principais elaborações sobre a noção de felicidade na Filosofia. Faça uma breve apresentação expositiva.
Um pouco de teoria: a noção de felicidade na História da Filosofia
Atualmente,
é possível observar uma visão geral de que a felicidade está, via de
regra, ligada à possibilidade do prazer ilimitado, quase sempre através
do consumo. Somos constantemente confrontados, em propagandas e em
outros canais de comunicação, com imagens de pessoas prometendo que
podemos ser felizes caso compremos um determinado produto ou nos
comportemos de determinada maneira.A dúvida sobre a relação entre felicidade e prazer é tão antiga quanto a própria Filosofia. As propostas que entendem o prazer como fonte da felicidade são chamadas comumente de hedonismo. O filósofo Aristipo, por exemplo, defendia que o objetivo da vida era o prazer, e que a felicidade era o conjunto destes prazeres no passado, presente e futuro. Mesmo os defensores do ideal hedonista, no entanto, reconheciam certa necessidade de moderação, enxergando os excessos como imprudência.
Filósofos como Platão e Aristóteles opunham-se ao hedonismo, duvidando que os prazeres fossem capazes de oferecer felicidade, já que eram raros e passageiros. Vinculavam-se, então, à ideia de que a felicidade é encontrada, sobretudo, no desenvolvimento pleno das capacidades de cada indivíduo. Este desenvolvimento poderia ser alcançado pelo exercício das virtudes - qualidades desejáveis tais como a coragem (fazer o que é correto, apesar dos perigos), a liberalidade (dar a outros o que lhes pode ser de ajuda) e a justiça (a disposição de tratar os outros imparcialmente). Esta condição de auto-realização pessoal era chamada de Eudaimonia.
Outras escolas do pensamento grego privilegiavam a ausência ou o controle das emoções como ideal de vida. Os maiores representantes deste pensamento são os chamados Estóicos. O ideal de vida estóico, neste sentido, é a vida do sábio, o indivíduo que encontra a felicidade em si mesmo e, por isso, não tem necessidade de outras coisas.
Finalmente, já na Idade Moderna, pensadores como Jeremy Bentham e John Stuart-Mill propõem que a felicidade depende em grande parte de circunstâncias objetivas e externas ao indivíduo. Portanto, ela deve ser buscada e construída por todo o grupo social. Este paradigma, conhecido como Utilitarismo, acredita que a melhor ação é aquela que produz a maior felicidade possível, para o maior número de pessoas simultaneamente.
3ª etapa
Distribua aos alunos as cópias da entrevista "Esse tumorzinho pegou o cara errado", com o jogador de basquete Oscar Schmidt. Peça que identifiquem e discutam os momentos de alegria e tristeza relatados pelo atleta e prestem atenção às diferentes intenções e prioridades em cada momento de sua vida. Destaque as respostas dadas às perguntas sobre o medo da morte e experiências passadas em quadra que lhe foram marcantes.
Estimule a discussão: Oscar teve uma vida feliz? E hoje, será que ele pode se dizer feliz? Como as ações por ele tomadas em sua trajetória podem ser relacionadas aos paradigmas de felicidade discutidos anteriormente?
4ª etapa
Divida a turma em quatro grupos. Cada equipe será responsável por olhar mais atentamente a cada paradigma apresentado em sala, relacionando-o a situações cotidianas. Para isso, reúna-os e solicite que debatam o tema. Atenda-os auxiliando nas discussões e corrigindo possíveis equívocos no entendimento dos conceitos.
Avaliação
Peça que os grupos apresentem as conclusões a que chegaram durante as discussões. Como apoio, eles devem elaborar cartazes que ilustrem as situações cotidianas escolhidas e pequenos textos que as relacionem aos conceitos estudados.
Avalie o entendimento de cada grupo sobre seu tema. Para isso, observer se a situação apresentada estava relacionada de maneira adequada ao conceito. Observe também se a elaboração dos cartazes foi correspondente às especificidades do gênero: cuidado com o excesso de texto, tamanho das letras e das imagens e legibilidade. Quando necessário, aponte ajustes e mudanças que precisam ser feitas antes que eles sejam colocados em exibição à escola.
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/plano-de-aula-como-filosofia-ve-felicidade-752060.shtml
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