O acabador de calçados é um profissional que coloca solados, fixa
saltos e palmilhas, revisa numeração, costuras e colagem, registra a
ocorrência de falhas e defeitos na linha de produção e prepara calçados
para a expedição. Esse tipo de profissional é formado em curso de 160
horas, gratuito, com exigência de ensino fundamental completo, dirigido a
jovens e adultos. O curso faz parte do Pronatec Brasil Maior, nova
modalidade do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec).
Ação conjunta dos ministérios da Educação e do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o novo programa abre cursos e
vagas a partir da listagem das necessidades de mão de obra qualificada
informada por setores estratégicos da economia nacional. A primeira
relação de áreas profissionais e de pedidos de vagas para 2013 e 2014
foi apresentada pelo Mdic, durante o lançamento do Brasil Maior, no dia
19 último.
Em 18 unidades federativas das cinco regiões do país, 11 setores da
economia pediram a abertura de 118,3 mil vagas. O têxtil, por exemplo,
espera 47,3 mil; a construção civil, 29,6 mil; as energias renováveis,
18,5 mil; tecnologias da informação e comunicação e complexo
eletroeletrônico, 13,2 mil.
Para o setor têxtil, que está em expansão no país, o Pronatec Brasil
Maior oferece vários cursos, entre os quais o de costureiro industrial
de vestuário, com 200 horas de aula e exigência de ensino fundamental
incompleto. Ao concluir a formação, o profissional estará capacitado a
operar máquina de costura industrial e confeccionar peças de vestuário
sob tabela de medidas. Na execução do trabalho, ele está submetido a
supervisão técnica.
De acordo com a coordenadora-geral de desenvolvimento e monitoramento
de programas da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
(Setec) do MEC, Nilva Schroeder, o Pronatec Brasil Maior articula as
necessidades de qualificação profissional apontadas pelos setores
produtivos e industriais com a oferta de cursos de educação técnica
gratuita em cada região. O Sudeste, a mais industrializada do país, por
exemplo, informou a maior necessidade de vagas. São 59,4 mil — em São
Paulo, 38 mil; Minas Gerais, 10,9 mil; Rio de Janeiro, 10,5 mil.
A região Sul está em segundo lugar, com pedido de 24,4 mil vagas.
Santa Catarina requer 12,2 mil; Paraná, 6,6 mil; Rio Grande do Sul, 5,6
mil.
Procura — Para saber onde há vagas e em que cursos,
jovens e adultos devem procurar as empresas em suas cidades. No Pronatec
Brasil Maior, o MEC e o Mdic fizeram parcerias com entidades que
representam diversos setores. Cabe às empresas dessas áreas divulgar as
vagas e encaminhar os trabalhadores a cursos de formação inicial e
continuada (FIC) ou técnicos.
A formação e a certificação profissional são responsabilidades das
entidades da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica, do Sistema S, das redes estaduais e municipais e das
instituições particulares de educação superior e técnica. Os cursos de
formação inicial e continuada têm carga horária mínima de 160 horas; os
cursos técnicos de 800 horas.
Nilva Schroeder destaca que a formação é gratuita. As entidades
formadoras recebem recursos do Ministério da Educação e devem garantir
assistência estudantil em itens como alimentação e transporte, material
didático e escolar, além de uniformes, quando a profissão exigir.
Dados da Setec mostram que o Pronatec
registrou 4,3 milhões de matrículas entre 2011 e 2013. Dessas, 3
milhões foram registradas em cursos de formação inicial e continuada e
1,2 milhão em cursos técnicos.
Ionice Lorenzoni
Fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=19112
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